Friday, February 29, 2008

A fraqueza do arminianismo

Uma situação estranha para um arminiano. Passei tanto tempo na faculdade batendo em Calvino e no calvinismo em discussões com colegas penteca-reformados; e agora que estou numa posição de instrução na sala de aula, repetidamente já em apenas três semanas me vi defendendo o Calvino com veemência. E percebi uma fraqueza na minha própria hostilidade anterior, e no desdém com o qual Calvino às vezes é tratado por nós.

A fraqueza do arminianismo é que ele nunca conseguiu se estabelecer como sistema soteriológico independente; ele sempre existe em oposição ao calvinismo. O crente comum tem, pelo menos no Brasil, uma posição naturalmente mais arminiana do que calvinista, mas pelo menos na Assembléia de Deus a noção do leigo quanto à salvação está mais ligada a Finney do que ao próprio Armínio. E quando ele começa a estudar teologia, sua posição não é tanto arminiana como ela é meramente anti-calvinista. O arminiano comum não sabe no que ele crê realmente, apenas sabe que não acredita em predestinação.

Está certo que um certo degrau de hostilidade (mesmo que amistosa) contra o calvinismo é natural, mesmo porque o arminianismo surgiu de um contexto calvinista, e é tratado como uma heresia pelos nossos irmãos reformados. Mas assim como nós protestantes conseguimos deixar de ser apenas detratores da Igreja Católica, e construir uma teologia bíblica em nossos próprios termos (ou pelo menos a maioria de nós), acho que já é hora do arminianismo parar de se estabelecer apenas como oposição ao calvinismo, e fortalecer-se como alternativa bíblica. O arminiano deve defender sua posição porque ela é a mais fiel às Escrituras, não simplesmente porque a idéia de predestinação incondicional não lhe apetece. O discurso arminiano precisa oferecer mais do que anti-calvinismo. Não somos mais apenas uma nota de rodapé na história da teologia reformada; agora precisamos provar isto com um discurso mais voltado à teologia bíblica, e menos voltado a disputas inter-denominacionais.

Friday, February 15, 2008

Vida Nova

As notícias são estas:

* Cheguei ao Brasil no dia 12 de Dezembro do ano passado, voltando de vez; adeus, Waxahachie. É a cidade na qual morei desde Agosto de 2003, e foi na semana que cheguei lá que comecei meu primeiro blog.

* Semana passada comecei a ensinar na faculdade ligada à minha igreja. Curso de teologia. Foi um pouco embaraçoso descobrir que em algumas das turmas eu sou quase a pessoa mais jovem da sala de aula, mas nunca me senti tão satisfeito, tão feliz em qualquer trabalho que eu tenha feito até agora. Pernas cansadas e voz rouca, mas feliz.

* Cansei do que estava no blog; não consigo explicar. Ao olhar para os arquivos, além de quaisquer reações adicionais (isso foi legalzinho, isso foi embaraçoso, isso merece um pulitzer, isso precisa ser deletado agora, etc.) minha reação primária foi cansaço, foi a de ver alguém falando sozinho numa voz muito chata, entrando em assuntos que ainda acho interessantes, mas com tratamentos que não estavam errados, mas apenas desiluminados, sem sal. Senti que nada estava inspirado, então (novamente) apaguei tudo. Espero que pela última vez. Mas provavelmente não.

* Mas adiante para coisas mais interessantes. Não há nada mais chato num blog do que seus momentos auto-referenciais. Me dêem um pouquinho de tempo para ajustar minha vida e me acostumar com minha nova rotina, e voltarei, eu espero, com mais ânimo.

Wednesday, February 13, 2008

Tabula Rasa

Hola, pessoas.